Polícia Civil desarticula quadrilha que planejava atentado contra desembargador no RS



A Polícia Civil deflagrou na manhã desta segunda-feira (17) a Operação Sentinela, que desarticulou uma quadrilha suspeita de planejar um atentado contra um desembargador do Rio Grande do Sul. Segundo os investigadores, o grupo criminoso tinha detalhes sobre a rotina do magistrado e possuía até fotos da residência dele.

A ofensiva, que inicialmente tinha como foco o combate a uma organização envolvida na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em Novo Hamburgo, foi antecipada após a descoberta do plano de execução. Interceptações telefônicas revelaram que os criminosos discutiam estratégias para tirar a vida do desembargador.

De acordo com a polícia, a quadrilha atua no Vale do Sinos e teria movimentado cerca de R$ 3 milhões, lavando recursos do tráfico por meio de laranjas e da compra de veículos de luxo. Ao todo, 70 policiais participaram da operação, que cumpriu 29 medidas cautelares, incluindo bloqueios de contas bancárias e ordens de indisponibilidade de sete automóveis, além de mandados de busca e apreensão.

Modus operandi

As investigações apontam que o grupo realizava lavagem de dinheiro utilizando diversas técnicas para dissimular a origem ilícita dos valores. Entre os métodos identificados estão fracionamento de transações, triangulações financeiras, uso de contas de terceiros, contas de passagem e empresas de fachada. Parte do dinheiro era convertido em veículos de alto padrão, posteriormente inseridos no mercado formal.

Alvos e ligações com líderes já presos

Os principais alvos da Operação Sentinela são os gerentes da organização criminosa, que mantém base no Vale do Sinos. Eles têm ligação com líderes estaduais presos em 2019 durante a Operação Borgata, conduzida pela DRLD/Denarc, que resultou no sequestro de mais de R$ 10 milhões em bens, incluindo imóveis e carros de luxo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Os investigados responderão por lavagem de dinheiro, organização criminosa e coação no curso do processo. A Polícia Civil segue apurando o envolvimento de outros integrantes do esquema e a extensão do plano contra o magistrado.