EUA enviam maior porta-aviões do mundo ao Caribe e elevam tensão com Venezuela




A Marinha dos Estados Unidos anunciou neste domingo (16) a chegada do grupo de ataque do USS Gerald R. Ford, o maior porta-aviões do mundo, ao Mar do Caribe. Segundo comunicado oficial, o comboio atravessou pela manhã o Passagem Anegada, nas proximidades das Ilhas Virgens Britânicas.

A embarcação está acompanhada pelos destróieres USS Winston Churchill, USS Mahan e USS Bainbridge. Durante a movimentação, aeronaves de ataque e até um bombardeiro B-52 Stratofortress sobrevoaram a frota, em demonstração de força.

A operação integra a missão “Lança do Sul”, lançada pelo governo de Donald Trump para reforçar o combate ao narcotráfico na região. A presença do porta-aviões, porém, amplia a tensão com o regime de Nicolás Maduro e alimenta especulações sobre uma possível ação militar norte-americana na Venezuela.

De acordo com a Marinha dos EUA, o Gerald Ford foi destacado ao Comando Sul para apoiar a diretriz presidencial de desmantelar redes criminosas transnacionais. “Estamos prontos para enfrentar ameaças que buscam desestabilizar nossa região”, afirmou o almirante Alvin Holsey, comandante das Forças Armadas do Comando Sul.

Com capacidade para transportar até 90 aeronaves entre caças e helicópteros, o porta-aviões é descrito pelas autoridades como o mais moderno, letal e tecnologicamente avançado da frota americana. Incluído ao arsenal dos EUA em 2017, possui pista de pouso e decolagem com área equivalente ao triplo do gramado do Maracanã. O grupo de ataque também reúne esquadrões de F-18 e helicópteros militares, além de três destróieres.

Desde terça-feira (11) na chamada “área de operações” da América Latina, o Gerald Ford reforça as patrulhas marítimas contra o tráfico de drogas. O navio leva o nome do ex-presidente Gerald Ford, que governou os Estados Unidos entre 1974 e 1977, e é considerado peça central da estratégia de projeção de poder naval do país.

Pressão sobre o regime Maduro

A operação “Lança do Sul” é oficialmente apresentada como uma ofensiva contra o narcotráfico e o crime transnacional. No entanto, analistas afirmam que o envio do porta-aviões aumenta a pressão diplomática e militar sobre Nicolás Maduro, acusado por Washington de liderar o chamado “Cartel de los Soles”.

Dados de defesa apontam que, desde o início de setembro, ações norte-americanas resultaram em ao menos 80 mortes em 20 ataques contra embarcações suspeitas de transportar drogas no Caribe e no Pacífico Leste.