O Ministério Público denunciou o publicitário Ricardo Jardim, suspeito de matar e esquartejar Brasília Costa, cujo corpo foi encontrado em partes, dentro de uma mala na rodoviária de Porto Alegre, em agosto deste ano. A denúncia foi apresentada nesta segunda-feira (3), e o réu poderá responder por oito crimes.
Segundo o MP, Jardim foi denunciado por feminicídio, vilipêndio de cadáver, ocultação de cadáver, uso de documento falso, falsa identidade, falsificação de documentos, furto e invasão de dispositivo informático. Ele permanece preso preventivamente.
Durante a coletiva, a promotora Luciana Cano Casarotto destacou que o caso deve ser lembrado pelo nome da vítima. “Vamos chamar esse crime de Caso Bia, e não mais de Caso da Mala. Ela não era uma mala. Era uma mulher, que foi morta por um homem que queria controlá-la”, afirmou.
A Defensoria Pública, que representa o acusado, informou que se manifestará apenas nos autos do processo.
O crime
O assassinato ocorreu entre os dias 8 e 9 de agosto, em uma pousada de Porto Alegre. Nesse período, o suspeito teria comprado luvas, lona e uma serra, utilizados para esquartejar o corpo. Segundo a investigação, o chão do quarto foi forrado com a lona para evitar que vizinhos ouvissem ruídos durante o crime.
Em 13 de agosto, os braços da vítima foram deixados em um saco de lixo no bairro Santo Antônio, na zona Leste da Capital. No dia 20, o tronco foi abandonado em uma mala no guarda-volumes da rodoviária, utilizando nome e endereço de uma pessoa inocente, moradora de Canoas.
As pernas de Brasília foram localizadas entre 6 e 7 de setembro. Uma delas apareceu na orla de Ipanema, na zona Sul, e a outra, próxima à avenida Edvaldo Pereira Paiva, às margens do Guaíba.
De forma informal, o suspeito relatou aos policiais que descartou a cabeça da vítima em um lixo orgânico nas proximidades do Gasômetro. A polícia teme que o material tenha sido recolhido por um caminhão e levado ao aterro de Minas do Leão, na Região Carbonífera.