O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) negou, nesta quinta-feira (6), ter proposto qualquer tipo de assistência financeira a familiares das vítimas da megaoperação policial realizada nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, na semana passada. A ação deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais.
Em nota oficial, o MDHC afirmou que “não foi consultado sobre o assunto, não fez nenhum anúncio de ajuda financeira às famílias” e classificou como “inverídicas” as informações que circularam em sites de notícias e redes sociais.
Segundo o ministério, a visita da ministra Macaé Evaristo ao Rio teve como principal objetivo acolher as comunidades afetadas e discutir a retomada imediata dos serviços públicos de educação, saúde e assistência social nas áreas impactadas.
O comunicado destacou que, entre as principais medidas adotadas pelo governo federal, estão:
a articulação com órgãos públicos para garantir o funcionamento de escolas, hospitais e serviços essenciais;
o mapeamento das necessidades locais;
a coordenação de apoio técnico e institucional, com base em protocolos humanitários internacionais;
e a abertura de um canal específico no Disque 100 para receber relatos de moradores das regiões atingidas.
Lula critica operação: “foi uma matança”
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a operação como “uma matança” e “desastrosa”. A ordem do juiz era para que fossem cumpridos mandados de prisão, não para uma matança e, no entanto, houve uma matança”, afirmou Lula em entrevista.
O presidente também disse que, embora alguns possam considerar o número de mortos um sinal de sucesso policial, o resultado demonstra uma falha na ação estatal. “Em termos de número de mortos, alguns podem considerar a operação um sucesso. Mas, do ponto de vista da ação estatal, acredito que foi desastrosa”, completou.