A Praça da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, amanheceu nesta quarta-feira (29) tomada por uma cena de horror: dezenas de corpos estendidos sob uma lona azul. A imagem, registrada por moradores, surge um dia após a megaoperação policial mais letal da história da cidade, realizada nos complexos do Alemão e da Penha.
De acordo com relatos de moradores, cerca de 50 cadáveres foram retirados durante a madrugada de uma área de mata no Complexo da Penha. Os órgãos oficiais, porém, ainda não confirmaram se essas vítimas estão incluídas na contagem oficial divulgada pelo governo — que até o momento registra 64 mortos, entre eles dois policiais militares e dois policiais civis. Outras 81 pessoas foram presas durante a ação.
A Operação Contenção, como foi batizada, mobilizou aproximadamente 2.500 agentes das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e o governo do Estado, o principal objetivo da ofensiva foi conter a expansão territorial do Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do país.
Apesar da justificativa oficial, a operação gerou forte repercussão dentro e fora do estado, sendo denunciada por moradores e organizações de direitos humanos como uma possível execução em massa. O governo estadual informou que as investigações sobre os confrontos e as mortes serão conduzidas pela Polícia Civil.
